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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Crônicas do Pronto Socorro

Em tempos de pandemia de gripe não é recomendável nem passar na porta de um pronto socorro público, porém pessoas queridas ficam doentes e é impossível não se importar.
Dessa vez foi uma tia muito amada que insistiu em passar a tarde de baixo de chuva. Resultado uma tia com bronquite e uma sobrinha de acompanhante no PS do hospital público de Brazlândia.
Foi na semana passada e para minha surpresa o hospital não é tão tistre assim.É só saber observar, além dos gemidos e lamentos, deu para tirar histórias verídicas, histórias de amor, de reencontros, histórias de amizade, das dificuldades da vida real e até umas bem cômicas. Adaptei algumas....

Cenas verídicas da enfermaria um Pronto Socorro público.

Tia Zê dá entrada com uma forte gripe, os primos todos preocupados:
- O que a senhora tá sentido?
- Tá com febre? A febre tá alta.
- A senhora tá com dor no corpo?
- É melhor eu responder isso ao médico, vocês não acham?



Caso de amor na enfermaria lotada
Dona Rosa e Seu Ernesto


Dona Rosa da entrada com pressão alta. Seu Ernesto acompanha um amigo sorumbático.
Seu Ernesto vê Dona Flôr , seus olhos brilham, 16 anos procurando seu amor.
Seis horas depois os dois saem juntos e felizes.
O amigo?... Continua no soro.

Reencontros no PS
Tia Zê e Dona Márcia


- Oi Márcia tudo bem?
- Acho que não já que eu to aqui né.
- É.
- O que foi?
- Gripe e bronquite.
- Há! E você?
- Palpitações.
- Há!

Virose de cachaça

- Alô, Amiga? Tô aqui no hospital.
- Passou mal? O que o médico disse que era?
- Virose.
- Eles sempre falam isso quando não sabem o que é?
- Quem me levou para casa ontem?
- Eu, amiga, vc não lembra?
- Lembro não, tava muito chapada.
- Você tem que para com isso, se não essa virose não passa...
- Tá pode deixar a partir de hoje: Lei Seca.
- Vai no forró da Jaki hoje?
- Acho que não. Minha filha não vai deixar. Ela me deu a maior bronca hoje.

Caso de amor na enfermaria lotada II
Casal de velhinhos


Ela talvez um 62 anos, deitada segura a mão dele. Ele acompanhante 65 ou mais, aperta a mãozinha dela.
Ela o olha nos olhos. Ele acaricia seus cabelos. Ela pisca, continua a olhá-lo e dá um sorriso fraco.

Tia Zê e prima Naná
Paciente e acompanhante, acompanhante e paciente


Tia Zê internada a 76 horas. Sem forças. Naná a ajuda andar.
Naná de acompanhante a 28 horas. Sentada na cadeira. Pés inchando. Joelho inchando.
Tia Zê recebe alta. Naná aproveita o ortopedista.
Tia Zê ajuda Naná andar.
Naná de joelho enfaixado